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sábado, 4 de dezembro de 2010

BRILHO NA ESCURIDÃO!!!(CONTO)

Lá pelas 9:45 hs da manhã eu chegava na fazenda da minha tia Elza.Olhava para a casinha,bem distante de tudo e imaginava o quanto seria monótono viver naquele lugar.
Parecia que todos dormiam,mas nada já estavam na lida desde cedo.
Um sentimento de paz se apoderou de mim,me senti leve,até a minha idade tinha sido dividida por 3.
Entrei na casa,chamei pela minha tia e não a encontrei.Estava lá embaixo,na horta colhendo hortaliças fresquinhas...verdinhas..sem agrotóxicos.
Fui ao seu encontro e tamanha alegria neste nosso encontro,já que eu era a sua sobrinha predileta.
Logo o almoço já estava sendo organizado pois na roça,come-se cedo.
Na hora veio-me na lembrança momentos da minha infância que,ao lado dela curtia e muito essa jornada de horta,leite tirado das vacas,colheitas de milho,melancia e brincadeiras de corridas no morro até a chegada da casa.
Ela já bem velhinha,mas com imenso vigor de fazer tudo para me agradar.E nem precisava tanto,bastava ali estar...
O almoço estava pronto e lógico,o franguinho caipira no fogão de lenha ,polenta com quiabo,um feijãozinho com caldo grosso e aquela salada com cara de saúde.Ah!Me esqueci do arroz branquinho e soltinho.
Depois do almoço que por sinal para mim foi homérico,nos deitamos na rede nos fundos da casa,debaixo de uma frondosa mangueira.Ali papo vai e papo vem senti-me em um curso de Doutorado...doutorado para a vida
Quanta filosofia regada com sabedoria em suas palavras,coisa que em escola alguma havia aprendido.
Diante de tanto sossego de repente adormeci,ali mesmo na rede,absorta em meus pensamentos.
Já anoitecia quando o meu tio Mário chegava da roça cansado,mas feliz.Até cantarolava...
Escurecia e à luz do lampeão e também de velas,jantamos.
O cenário que nos enfeitava era o reflexo refletido pela lua,às vezes querendo dizer da beleza do Criador.
De dia,o sol.De noite,a lua!
Noite mágica!Nenhum som,de vez em quando o som da coruja procurando alimento para os seus filhotes,ou os cães latindo em seu trabalho de vigiar a casa.
Conversamos sobre vários assuntos entre eles os causos de assombração e histórias ocorridas naquele lugar.tio Mário pega o violão e começa a cantar.
Entre tomar o leitinho quente com açúcar queimado e canela e ouvir o som do violão,não poderia classificar o que estava melhor.
A escuridão tomava conta da noite e nessa hora meus pensamentos tomaram conta de mim.Quantas preocupações..inúteis!
Quanta corrida...para o nada!
Quanta ansiedade...para quê?
Já tarde da noite fui dormir e no dia seguinte vim embora.
Com certeza,diplomada por tão preciosos mestres,mestres da vida.
Meus tios!
Elisabete Moura e Cardoso

2 comentários:

  1. Parabéns pela escolha! Acabei de ir nesta fazenda!!! Minha imaginação foi longe... Que comida deliciosa , tudo de bom. Bete amo fazenda, comida feita no fogão caipira, animais etc. Bjo cunhada!

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  2. Não é atoa que vc foi a minha primeira contadora de histórias.Esse dom de viver o momento presente na histórias,envolver-se com pequenos detalhes e sentimentos não é para qualquer um.Parabéns

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