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Psicóloga fala sobre sexo na terceira idade
Posted: 22 Oct 2011 07:13 PM PDT
Psicóloga fala sobre sexo na terceira idade
A psicóloga e escritora Elaine Cruz participou de um bate-papo promovido pela MK Editora na livraria Saraiva , sobre o tema “Sexo na Terceira Idade”. O evento teve como objetivo esclarecer dúvidas e conflitos que possam atrapalhar o relacionamento sexual saudável entre casais idosos ou para aqueles que já estão se aproximando desta fase da vida adulta.
Com toda sua experiência, a especialista Elaine Cruz iniciou o tema de maneira bastante sutil, falando sobre a descoberta da sexualidade ainda na adolescência e de sua prática na vida adulta. Ele explicou que dos 25 aos 40 anos, os casais estão muito preocupados com a vida profissional, casa, estabilidade econômica e criação dos filhos. Nessa maratona diária, o sexo deixa de ser o foco principal no relacionamento do marido com a esposa.
Essa realidade começa a mudar quando o casal se aproxima dos 50 e os filhos já estão formados, ao mesmo tempo em que existe uma maior estabilidade financeira e uma maturidade emocional maior. “Aos quarenta e poucos anos, quando já há mais maturidade, se não é a financeira, pelo menos a emocional, o sexo passa a não ser algo somente para aliviar a tensão e começa a se tornar mais independente. Assim, aos 50 anos, a sexualidade passa a ser uma coisa tão importante como era na adolescência, mas com um viés de maior importância. Como assim? Ele passa a ser algo mais afetivo, que aproxima pessoas, que cria cumplicidade, que representa uma história e que mostra mais comprometimento”, ressalta.
Dessa forma, Elaine explica que, se o casal souber construir uma relação saudável ao longo da vida, poderá usufruir de momentos muito saudáveis na terceira idade. “Como essa é uma fase em que os filhos já foram embora e a própria profissão já está encerrando o seu ciclo com a aposentadoria, o sexo ganha mais espaço e volta a ser uma coisa mais gostosa, engraçada e livre. Isso porque a própria mulher já não está tão encucada com diversas coisas, não tem a preocupação de acordar cedo para levar os filhos para a escola, entre outros afazeres. Um grande benefício de uma sexualidade sadia entre o casal na terceira idade é a melhora da auto-estima. Elas passam a gostar mais de si mesmas, passam a valorizar mais os seus corpos, trocam mais informações, falam com mais liberdade sobre o corpo etc. Isso é algo bastante profícuo, porque a sexualidade passa a ser mais prazerosa e não deprimida. E é muito bom quando nós vemos pessoas com 60, 70 e 80 anos que lidam com isso de uma forma boa e saudável”, afirma.
Nunca é tarde para recomeçar
Para os casais que desenvolveram um relacionamento um tanto conturbado durante os anos de casamento, Elaine Cruz frisa que nunca é tarde para recomeçar. “Pessoas que são casadas, mas que ao longo do casamento não construíram uma cumplicidade forte, porque cada um viveu de uma maneira muito individual, devem ter a consciência de que nunca é tarde para recomeçar. O importante mesmo é que parem de discutir coisas pequenas. São implicâncias tolas do passado que persistem e só servem para trazer discórdias. Se o casal não parar para refletir sobre isso, eles irão continuar sempre brigando sobre as mesmas coisas. Enfim, as mesmas picuinhas de sempre”, argumenta.
Segundo a psicóloga, uma das saídas é, finalmente, aceitar o parceiro como ele ou ela é. “Se a mulher é implicante há 50 anos, então aceite isso seja feliz. Se você tentou mudar o seu marido há 60 anos e ainda não conseguiu, não é hora de continuar tentando. O melhor é aceitar e parar com os desentendimentos. Se há uma história legal, se há um vínculo, vale a pena tentar recomeçar o casamento. Tem que haver bate-papo, tem que dormir agarradinho e fazer coisas que vão reconstituir o relacionamento. Certamente, o corpo envelhece, mas a nossa mente não”, sugere.
A importância da responsabilidade
Independente da idade, Elaine Cruz ressalta que também é bom lembrar que a responsabilidade em torno da fidelidade entre os cônjuges deve continuar firme durante a terceira idade. O destaque sobre este ponto é importante porque doenças sexualmente transmissíveis têm aumentado consideravelmente nesta população. No Brasil, por exemplo, a faixa etária está com o maior índice de contaminação.
Esta revolução aconteceu com o advento do medicamento viagra, que possibilitou ao homem acompanhar a mulher numa vida sexual ativa após os 60 anos. “Havia uma lacuna, pois as mulheres com mais de cinquenta continuavam interessadas em sexo, mas o homem não podia corresponder por dificuldades físicas. Enfim, a esposa se abria para o sexo e o homem ficava contido. A partir do momento em que o viagra entra no mercado, o homem percebe que também pode viver essa sexualidade de uma forma mais ampla”, explica.
Contudo, muitos homens passam a se comportar como se estivessem na adolescência. “Em compensação, nós percebemos que ao fazerem isso, os homens passaram a ter uma vida sexual sem compromisso, se relacionado com várias parceiras. E essa é uma questão muito séria que precisa ser melhor analisada. Afinal, a responsabilidade do comprometimento sexual independe da idade. A fidelidade deve permanecer a mesma. É preciso colocar em mente que relacionamentos vazios irão gerar uma vida vazia”, ressalta.
No âmbito evangélico, não é nem preciso lembrar que o adultério, a mentira e a fornicação são condenáveis aos olhos de Deus em qualquer idade. Na segunda carta universal de Pedro, há uma objeção direta a esse tipo de comportamento, porque tais não alcançarão a misericórdia de Deus. “Principalmente aqueles que, segundo a carne, andam em concupiscências de imundícia e desprezam as dominações. Atrevidos, obstinados, não receando blasfemar das dignidades” (2Pedro 2:10).
Mais adiante Pedro afirma, “...estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, basfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção, recebendo o galardão da injustiça; pois que tais homens têm prazer nos deleites cotidianos; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco. Tendo os olhos cheios de adultério e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos da maldição” (2Pedro 2:12-14).
Para quem está solteiro
A psicóloga Elaine Cruz também não deixou de lado o caso das pessoas que chegam a terceira idade solteiros. Seja porque o cônjuge morreu ou naqueles casos em que o casamento tenha findado. Ela explica que o importante é fazer atividades que possam normalizar a condição. Pois, se a pessoa estiver bem consigo numa vida satisfatória com Deus, não haverá motivos para tristeza.
“É muito comum que uma pessoa chegue a terceira idade sozinha. Nestes casos, é importante que a pessoa ocupe sua mente com atividades em grupo, amizades, ir ao teatro, entre outros afazeres. Isso porque nem sempre a busca por um novo parceiro é recomendável. Há casos em que o idoso sente tanta solidão que a busca por uma pessoa se transforma num desastre. Isso porque, em nome da carência, muitos acabam entrando em relacionamentos complicados. Se apaixonam por pessoas erradas e acabam vivendo, na terceira idade, situações muito difíceis que não viveram na adolescência. Há muitos casos de pessoas que se apaixonam por pessoas que não poderão solucionar o problema da solidão”, finaliza.
Psicóloga e escritora Elaine Cruz
Via Sexo Cristão
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